Reservatórios (tanques) de Inox X Composite (PRFV): Quais as diferenças?
Os tanques de aço, em geral, podem até parecer mais resistentes aos olhos de quem vê, mas será que isso se sustenta no dia a dia? Tanques de Polietileno e Fibra de Vidro (PRFV), ou simplesmente composite, como é mais conhecido, soltam elementos químicos? Existem situações indicadas para cada finalidade?
Buscamos a experiência de quem trabalha com esses produtos no dia a dia para responder essas perguntas: Gustavo Bittencourt, sócio e diretor da Hidrix (SC), e Romero Martins, da MC Sistemas (RJ).
Elencamos abaixo as diferenças entre eles para deixar a leitura mais fluida.
Segue com a gente!
Diferença nº 1: Custo e Instalação
Algo que conta muito para quem trabalha com instalação de sistemas de tratamento de água no dia a dia é a facilidade de instalação. Os tanques de composite são mais leves do que os de inox, por isso demandam menos esforço e, consequentemente, são mais rápidos de instalar.
Já para quem está comprando a solução, também tem vantagens: o tanque de polietileno é mais barato! Pode custar até 60% menos do que um tanque de inox comum.
Diferença nº 2: Resistência química
Pode parecer estranho para você, mas os tanques de composite são mais resistentes quimicamente. Isso porque o polietileno e a fibra de vidro não reagem com o sal (cloreto de sódio), utilizado em sistemas de abrandamento, e com o ácido clorídrico e soda cáustica, utilizados em sistemas de desmineralização.
Diferença nº 3: Manutenção e durabilidade
Em relação a manutenção, tanques de composite também apresentam vantagem! Se bem protegido da incidência solar, a vida útil dele pode ser o dobro do inox (cerca de 10 anos, dependendo do fabricante).
Diferença nº 4: Pressão suportada
Os tanques de composite também apresentam alta resistência à pressão. Um tanque comum pode suportar, cerca de 10,5 bar. Para conseguir o mesmo desempenho nos tanques de inox, as paredes do tanque precisam ser mais grossas. Consequentemente, ele vai ficar muito pesado, caro e mais difícil de ser instalado.
Agora, em relação ao vácuo, os dois tanques merecem atenção: como não suportam a pressão negativa (vácuo), é necessário a instalação de um quebra-vácuo na linha de abastecimento dos vasos.
Diferença nº 5: Rugosidade
Nesse ponto, os tanques de inox acabam levando vantagem! A rugosidade interna do inox é inferior ao do composite. Por isso, é mais comum que ele seja utilizado em indústrias farmacêuticas e alimentícias nos processos internos, pois evita que microorganismos se depositem nessas rugosidades e se proliferem.
Diferença nº 6: Range de Temperatura
Os tanques de composite possuem um range de temperatura menor do que os tanques de inox.
Em situações que demandam regeneração do carvão ativado do interior dos vasos através da passagem de vapor em contra corrente, por exemplo, devem ser utilizados tanques de inox.
Diferença nº 7: Localização da Boca
A “boca” é o local por onde é realizado a limpeza do tanque.
Em tanques de composite menores do que que 24’’, a boca fica instalada na parte superior, então exige um pouco mais de técnica para realizar a limpeza. Enquanto isso, no inox pode ser feito o que é chamado de ‘boca de inspeção’, o que torna a manutenção um pouco mais fácil. A retirada de materiais no tanque de composite é feita via sucção.
Porém, em tanques acima de 24’’ de tamanho, a boca dos tanques de composite já saem de fábrica instaladas na parte inferior.
Analisando esse item isoladamente, é um impacto pequeno frente aos benefícios que o composite apresenta, sobretudo em relação ao custo.
Vale a prudência
Como toda tecnologia, o tanque de inox e polietileno são materiais diferentes, portanto, serve para fins específicos.
O que vai determinar o uso de um ou de outro são as características do seu processo.
De um modo geral, tanques de inox são recomendados para situações que demandam inércia química e polimento interno elevado, para evitar a contaminação microbiológica, como indústria alimentícia e farmacêutica.
Já os tanques de polietileno são mais indicados como abrandadores e deionizadores, devido ao uso de produtos químicos que atacam o inox.
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